O Criador (parte I)

          ATENÇÃO: Esta é uma série de estudos, por isso sugerimos que leiam esta série sequencialmente para que acompanhem o desenvolvimento do raciocínio que pretendemos levar aos nossos leitores. Você encontrará os links desta série ao final deste texto. Obrigado

               Amados irmãos, escolhemos para o estudo deste tema a tradução versão Almeida Revista e Corrigida, por entendermos que esta versão tem o cuidado de preservar a originalidade dos pergaminhos gregos, o que consideramos essencial para compreendermos o que de fato Deus quer nos revelar através das Sagradas Escrituras. E assim temos:

                     "No princípio Deus criou os céus e a terra." Neste pequeno versículo, com a sinceridade e franqueza de um cristão convicto e diante do limitado conhecimento humano atualmente disponível, posso dizer que somente uma palavra pode ser alvo, ainda que parcialmente, de uma investigação científica, que é a palavra terra, o nosso planeta, pois, embora possamos conhecer os seus diferentes biomas, climas, relevos e povos, muito ainda há que se investigar sobre o mar que nela está inserido, por isso partamos para o restante da frase com a palavra "No princípio", mas que princípio quis Deus revelar a Moisés? Segundo a interpretação que perdurou por séculos é que, tendo por base as gerações bíblicas, fazendo um retrocesso até Adão, se imaginava que tínhamos alcançado o exato momento da criação, ou seja, o princípio, mas não somente isso não está escrito na Bíblia como também as recentes descobertas científicas, como de fósseis de dinossauros, do homem pré-histórico, da teoria do big bang e do bóson de Higgs (veja o link: O homem anseia por conhecer os mistérios de Deus) nos apresenta um período bem anterior ao que se então imaginava, estamos falando em bilhões de anos atrás, o que a princípio parece desmontar a revelação bíblica, mas isso somente ocorre se não houver uma devida e correta interpretação. Notemos que Deus não relaciona a criação do homem à criação dos céus e da terra, portanto não temos o direito de contestar que céus e terra possam ter sido criados há bilhões de anos, sem contudo podermos especificar uma data exata ou mesmo aproximada. 
                        Segue então que temos o maior dilema que o homem traz consigo desde o início de sua história, que é saber quem é Deus: nem mesmo os mais renomados filósofos puderam definir em palavras o que ou quem é Deus: Sócrates dizia que Deus é o éter que nos faz pensar e fazer circunlóquios, para Aristóteles Deus é pura energia incorpórea, autoconsciente, eterno e perfeito, que não pensa os mortais, para Platão Deus era o Demiurgo, o ordenador supremo do mundo, o arquiteto que por amor criou o mundo segundo sua alma e caráter ou o deus de Spinoza, que se reflete na harmonia de tudo que existe, indiferente à sorte e ações do homem. Para nós cristãos Deus é quase tudo isso e muito mais, não apenas criador do universo (Gênesis 1:1), que nos inspira circunlóquios (Salmos 1) e tudo fez por amor (Gênesis 26:31, João 3:17), Deus é muito mais que tudo isso, Deus não é algo, Deus é alguém, que tem metas e projetos e um plano de redenção que culminará com a eternização da espécie humana, mas ainda assim não podemos dizer que conhecemos plenamente a Deus (1 Coríntios 2:16, Romanos 11:34). Cremos num Deus que nos criou, que nos ama e que se ocupa de nosso bem estar e destino.

                          Ainda neste versículo podemos investigar o motivo pelo qual Deus entrega a Moisés a revelação da existência de vários céus, enquanto fala de nosso planeta no singular, isso nos instiga a contemporizar com o conhecimento científico atualmente disponível: o Apóstolo Paulo afirma ter sido arrebatado até o terceiro céu. Podemos chamar de primeiro céu, a abóbada celeste, mais conhecida como a camada protetora da terra chamada de atmosfera, que apresenta uma coloração azulada devido à difusão dos raios solares sobre o ar, podendo ter também colorações douradas, esverdeadas ou avermelhadas, conforme a existência de partículas higroscópicas em suspensão; podemos chamar o segundo céu como o espaço sideral que separam os corpos celestes como planetas, luas, cometas, galáxias, etc; e ao terceiro céu a que Paulo se referia,  a morada do Deus Criador, que está sobre toda a existência, englobando-a. As últimas descobertas científicas dão conta que o universo não é tão infinito quanto se presumia: Einstein certa vez disse "duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas no que diz respeito ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta". (Leia esta matéria: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u8622.shtml). 

                             Como dissemos no princípio, por morarmos e andarmos pela terra, dela podemos falar com maior conhecimento, ainda que não pleno, mas ainda que possamos conhecer, decifrar o dna das plantas e animais, não podemos ainda compreender, com bases científicas, como e porque tudo se criou, a Bíblia, porém, nos indica o caminho para esta compreensão. Deus nos dá a oportunidade de compreender a criação a partir do ponto de vista humano e terrestre, Ele sabia que um dia o conhecimento humano cresceria a ponto de compreendermos melhor suas palavras, por isso mesmo naquele momento não dá detalhes de como tal ocorrera, pois isso não seria compreendido diante do conhecimento científico daquela época, como até hoje, não podemos ainda compreender completamente (Daniel 12:3-4). 
                          Para esta compreensão devemos nos focar no verbo ser quando Deus se refere à terra; Ele diz: "A terra  era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito do Senhor se movia sobre a face das águas". Ele faz uma distinção entre a terra tal como Moisés a via e a terra tal como foi criada; há portanto, uma grande separação entre o primeiro versículo e o segundo em diante, Deus descreve primeiramente a terra tal como fora criada no segundo versículo e do terceiro em diante mostra as intervenções que fez na mesma, tal como um arquiteto urbanista, que faz intervenções numa cidade visando dar maior conforto a seus moradores. Existe, portanto um momento, que certamente é de bilhões de anos entre a forma original da terra e depois das intervenções que sofreu. Podemos perceber que primeiramente Deus preparou a terra e somente depois pôs ali o homem para dela cuidar e usufruir. 

                       Hoje podemos compreender que a terra era sem forma e vazia por que era totalmente coberta por água, sabemos hoje também que no interior da terra há magma, o qual é expelido por vulcões, por isto podemos deduzir que as explosões vulcânicas causavam a existência de gás carbônico, enxofre, outros gases e fumaças sobre a face das águas, sendo esta fumaça presa à superfície das águas devido à força gravitacional da terra, causando escuridão e esta camada de gases e fumaça fazia separação entre a terra e o espaço sideral, chamado na bíblia de abismo. A terra era sem forma e vazia, pois o formato arredondado e achatado nos polos foi adquirido pelo tempo devido ao movimento de rotação; não havia vida na água, pois esta estava contaminada pela presença interna e externa de produtos e gases tóxicos, expelidos do seu interior. O Espírito de Deus pairava sobre a face das águas, pois entendemos que tudo está contido em Deus e não que tudo contém Deus e certamente estava em seus planos transformar a terra na morada perfeita do homem.


Escrito por Nelsomar Correa e publicado em 07/07/2014


Enriqueça sua leitura lendo também estes estudos:

             
                   O Criador (Parte II)
                   O Criador (parte III)
                   O Criador (Parte IV)
                   O Criador (Parte V)
                   O Criador (parte VI)
                   O Criador (parte VII)
                   O Criador (parte VIII)

Um comentário:

  1. Como é grandioso todo o processo da criação.
    Continuarei lendo esta série de estudos, para assim entender mais sobre o assunto.
    Paz e graça!

    ResponderExcluir