O Criador (parte VII)

          ATENÇÃO: Esta é uma série de estudos, por isso sugerimos que leiam esta série sequencialmente para que acompanhem o desenvolvimento do raciocínio que pretendemos levar aos nossos leitores. Você encontrará os links desta série ao final deste texto. Obrigado

                      O Sétimo dia - o descanso


       "Assim os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados. E, havendo Deus acabado no sétimo dia a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o sétimo dia e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera. Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que Deus fez a terra e os céus."



     Como vimos nos estudos anteriores desta série, não há confronto de idéias entre o que diz a Bíblia sobre a existência da terra e do universo e o que a ciência tem descoberto gradativamente. O fato de a ciência, mediante o uso de técnicas precisas, poder atribuir datas a vários fatos como o surgimento da vida na terra e até mesmo o surgimento do universo, isso, em nada desmente o que está escrito em Gênesis, mas ao contrário, o confirma a cada descoberta científica.
      Ora, tendo sido a criação um processo que demorou bilhões de anos, os quais a Bíblia chama de dias, como poderemos então entender o que a mesma chama de o dia em que Deus descansou de sua obra? Esta pergunta que parece tão simples, possui em seu âmago um significado muito importante, que a ciência ainda não conseguiu desvendar: se Deus descansou da obra que havia feito, então é porque ela teve um fim, ou seja, o universo é finito! Deus entendeu que o que havia concluído era suficiente e pleno para que pudesse satisfazer-se como Criador e mantenedor de tudo quanto fizera; em Romanos 11:33-36 entre mais está escrito: "Porque Dele, e por Ele, e para Ele são todas as coisas; glória pois a Ele, eternamente, Amém!"



      Em nossa outra página eletrônica (link: O homem anseia por descobrir os mistérios de Deus), expressamos em 28 de março de 2011, o intenso desejo humano em conhecer a mente e os mistérios do Criador, contudo tal coisa não foi ou será dada integralmente ao homem, mas Deus disse e permitiu em Daniel 12:3-4 que a ciência se multiplicasse e os sábios (cientistas) resplandecessem; assim então podemos entender que Ele se compraz com o progresso científico, desde que usado para o bem, pois assim o homem poderá melhor compreender a criação e a necessidade de sua manutenção, ajudando Deus a dela cuidar (Gênesis 1:26-30).
           Deus fez tudo perfeito e auto-sustentável pelo seu poder, contudo a presença do homem sobre a face da terra, a tem causado transformações que se não forem tratadas adequadamente poderão tornar impossível nela a existência da vida. A Bíblia diz que Deus descansou do processo de criação, contudo não fala que Ele tenha deixado de lado o processo de manutenção daquilo que criou, então depois de ter Ele tudo criado, passou a administrar sua criação e criaturas (Lucas 12:1-7). A humanidade poderia ter evitado estar hoje na evidência do extermínio da vida sobre a terra, seja por uma catástrofe nuclear ou pela poluição que causa a redução da camada de ozônio na atmosfera, se a desobediência e a cobiça, que são obras de Satanás, não entrasse em seu coração (Gênesis 3:1-7).



         Vivemos hoje os dias amplamente profetizados pelos profetas de Deus, há poucas décadas atrás, no tempo da chamada "Guerra fria" a humanidade vivia o terror de uma iminente guerra nuclear entre as superpotências e esta possibilidade ainda não se acabou. Vivemos os dias em que os cientistas reclamam por medidas urgentes para evitar uma catástrofe advinda da diminuição da camada de ozônio, que poderá alterar fortemente o clima na terra, havendo cataclismos e desaparecimento de ilhas, pelo derretimento das calotas polares e aumento do nível dos oceanos (Apocalipse 6:12-17).



     Infelizmente diante de tantos fatos que comprovam a veracidade das profecias e promessas contidas na Bíblia, o povo de Deus, que deveria ser o sal da terra, com algumas exceções, ainda anda como anda a humanidade, seus cultos e liturgias pouco diferem das demais religiões, ou seja, a Igreja que Cristo criou para influenciar e induzir as boas práticas sociais, políticas, científicas e mesmo comerciais, mais parece a cada dia se render àquilo que o mundo tem a oferecer como sendo o melhor. Infelizmente o histórico das atitudes da liderança cristã desde a morte humana de Cristo parece ter tirado das mesmas o direito e a moral para tecer as argumentações contrárias às ideologias mundanas que adentram disfarçadamente às Igrejas cristãs, fazendo com que cegos guiem outros cegos e não pastores sábios e fortemente ungidos com a capacidade de repudiá-las, não apenas dentro da Igreja, mas em toda a sociedade, pois foi para isso que Cristo veio, para ganhar e mudar o mundo!



        Após ter Deus feito céus e terra, passou a tarefa de mantê-los; toda a criação, as criaturas, Adão e Eva viviam em plena liberdade e sintonia, porém o mal (Lúcifer), que Deus havia lançado dos céus para a terra há milênios atrás, o qual foi feito pó sobre a mesma, surge à Eva e incute em seu coração a dúvida, a desobediência e a cobiça, que foram as mesmas causas de sua expulsão do paraíso. Eva se encanta também com a possibilidade de ser igual à Deus, conhecendo o bem e o mal e assim ela e Adão comem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e são ambos expulsos do Éden.
        Várias gerações se passaram e tendo o mal se espalhado pelos milhares de descendentes de Adão e Eva, Deus se diz arrependido de ter criado o homem e tudo quanto existe na terra e promete para Si mesmo a tudo destruir, porém dentre milhares ou milhões, apenas um homem acha graça diante Dele, seu nome era Noé, mas Ele promete que seu espírito não contenderá mais com o homem e estabelece a sua idade em 120 anos. Deus dá à Noé a missão de criar uma nova geração santa, incumbindo-o da construção de uma arca que abrigasse um casal de cada espécie animal e manda o dilúvio que consome toda forma animal, exceto os que foram salvos pela arca. 



       A primeira geração de Noé que acabara de presenciar tamanho castigo por parte de Deus também começa a se envolver em contendas e novamente o pecado se multiplica pela terra e muitos da semente de Noé se tornaram politeístas. Novamente Deus dá uma nova chance à humanidade, escolhendo a Abraão para criar um povo escolhido, com qual Deus sela uma nova aliança e lhe promete uma terra, a qual mana leite e mel. Abraão deixa sua terra em Ur dos Caldeus e inicia juntamente com sua família uma peregrinação e fazem morada em Harã, na Assíria, onde novamente recebe de Deus a ordem para deixar sua parentela e ir para terra prometida. Por dezenas de anos Deus prova a fé de Abraão até que com cem anos lhe dá o filho da promessa, aquele que dará origem ao povo escolhido de Deus. Se Eva, pela precipitação fez Adão perder o dom da eternidade, Sara, também pela falta de paciência e fé, induz Abraão a ter o prometido filho de uma serva egípcia e este fato trouxe até os dias de hoje, consequências enormes aos projetos de Deus.



        Assim como os descendentes de Adão e Noé, também os descendentes de Abraão, mesmo sendo testemunhos da fidelidade das promessas divinas, também enveredaram pelos caminhos da desobediência e muitos destes também abandonaram a fé no Deus Único e Criador e Mantenedor de toda existência e Deus manda uma forte seca sobre Canaã e envia o Seu povo para o cativeiro no Egito, onde vivem por mais de quatrocentos anos.
          Novamente Deus escolhe um ungido para trazê-los de volta à terra da promessa; Ele aparace à Moisés e diz: "Eu sou o Senhor. E eu apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui perfeitamente conhecido." Êxodo 6;2-3). Diante do seu povo cativo no Egito, Deus envia grandes flagelos contra faraó e pela persistência de Moisés, este libera os judeus para retornarem à sua terra e lhes abre o mar para que atravessem em terra firme. Pela murmuração e falta de fé, ainda que testemunhassem diariamente os milagres de Deus, Moisés e seu povo peregrinou quarenta anos pelo deserto. Josué e Calebe, únicos dos espias enviados por Moisés para conhecer a terra prometida que deram informações encorajadoras aos israelitas, se tornaram os únicos daquela geração que saiu do Egito achados dignos de entrarem na terra da promessa, pois Deus havia prometido que devido à obediência ninguém daqueles que saíram do Egito entraria, devido à murmuração e falta de fé. 



       Desde o dia em que descansou, o sétimo dia, e depois da queda de Adão, Deus nunca deixou de criar um caminho que reconciliasse o homem consigo e mesmo antes de tê-lo amaldiçoado, Ele promete que da sua descendência enviaria um que pisaria a cabeça da serpente (Gênesis 3:15, Apocalipse 12:9). Deus havia prometido à Abraão que em sua descendência seriam benditas todas as nações da terra (Gênesis 12:1-3, Gênesis 22:18, Gálatas 3:16), à Isaque (gênesis 26:4-5), à Jacó (Gênesis 28:13-14), à Moisés (Deuteronômio 18:15), à Davi (2 Samuel 7:11-13), Isaías 11:1-3, Jeremias 23:5, Ezequiel 34:23-31, Oseias 3:5, Miqueias 2;13, Zacarias 3:8, dentre outras passagens bíblicas. Antes da criação do homem Deus havia lançado a serpente para a terra e como esta o corrompeu, Deus prometeu enviar o Seu Renovo, não apenas para renovar e reconciliar o homem com seu Criador, mas também toda as criaturas existentes na terra. Deus nunca abandonou sua obra, nem o homem, nem suas criaturas. Ele nunca deixou de criar, de criar caminhos, de criar soluções, de criar sabedoria, de criar homens de fé e coragem.



         Existem algumas diferenças entre judeus e cristãos e entre os próprios cristãos no que se refere à santificação do sábado, o sétimo dia, o dia do descanso. Para os judeus e os adventistas o sábado é o dia do descanso e meditação nas Escrituras. Os protestantes entendem que Jesus nos desobrigou de guardá-lo e os católicos transferiram o dia do descanso para o domingo, por que segundo a tradição este é o dia do Senhor, em que Jesus ressurgiu dentre os mortos, era o dia em que Ele aparecia aos seus discípulos, quando houve o pentecostes e quando celebravam a ceia do senhor. O fato é que não existe na Bíblia, não obstante os feitos de Cristo neste dia, motivos para que o dia do descanso tenha sido transferido para o domingo. Nos livros de Mateus 5:17, Lucas 23:55-56, Marcos 16:1 e Apocalipse 14:12, apresentam fatos que comprovam que os apóstolos e discípulos de Cristo guardavam o sábado. Mas o próprio Cristo disse que não há motivos para não fazer boas obras no sábado. Polêmicas à parte, certo é que, em breve, quando Jesus retornar, todas as polêmicas existentes entre todas as vertentes cristãs e judaicas cairão por terra e a vontade soberana de Deus será expressa por meio Dele!

       Por Nelsomar Correa, em 29 de outubro de 2014


       Enriqueça sua leitura lendo sequencialmente os demais textos desta série nestes links:


     O Criador (parte I)
       O Criador (parte II)
        O Criador (parte III)
      O Criador (Parte IV)              
     O Criador (parte V)
        O Criador (parte VI)
     O Criador (parte VIII)


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