O Criador (parte V)

           ATENÇÃO: Esta é uma série de estudos, por isso sugerimos que leiam esta série sequencialmente para que acompanhem o desenvolvimento do raciocínio que pretendemos levar aos nossos leitores. Você encontrará os links desta série ao final deste texto. Obrigado

                  Para que possamos compreender a forma como Deus age sobre a humanidade, sobre os indivíduos seria bastante útil compreender a forma como Ele agiu na criação de todas as coisas. Nos estudos anteriores desta série intitulada "O Criador" temos percebido que Deus moveu astros, planetas e galáxias para que a existência humana se tornasse possível e de igual forma ele trata a humanidade e também as pessoas em suas individualidades. Vimos nesta série de estudos uma sequência de fatos criativos citados na Bíblia, que hoje a ciência, no uso de seus instrumentos de pesquisa vem confirmando paulatinamente.
                       Ao analisarmos os fatos históricos bíblicos e também os da história da humanidade podemos perceber que Deus tem atuado da seguinte maneira: Primeiramente Ele apresenta Seus preceitos a um povo ou a uma pessoa; em seguida aquele povo ou pessoa tem o livre arbítrio para decidir se estes preceitos são bons e então segui-los ou não segui-los. Uma vez concluindo que Seus preceitos são bons e buscando cumpri-los, este passa a ser o Seu povo e passa então a usufruir de Suas promessas de paz, saúde, proteção, prosperidade neste mundo e vida eterna no porvir, sendo estas promessas estendidas de forma individual.



                 Este processo de aceitação dos preceitos divinos e obtenção das consequentes promessas é também um processo construtivo cujos princípios podemos comparar com o processo construtivo que originou o homem. Vimos que Deus, à seu tempo preparou a terra e todas as condições físicas, climáticas e biológicas que pudesse comportar a existência humana e de forma similar Deus prepara um povo ou um indivíduo para a recepção das promessas oriundas da Sua aceitação como Deus e Senhor, ou seja, Se a terra teve de ser preparada em sua condição bioclimática, o homem deve ser preparado em sua condição espiritual e psicológica, caso contrário as bençãos se tornarão uma maldição.
                  Nos estudos anteriores desta série vimos que as primeiras formas de vida existentes na terra eram muito simples e puderam resistir ao processo de maturação tanto da terra quanto do sol, sua principal fonte de energia, assim caso o homem, que um ser morfologicamente complexo fosse criado naquela época ele simplesmente não resistiria mais que alguns minutos. Partamos então para este quinto estudo desta interessante série.
                          "E disse Deus: Produzem as águas abundantemente repteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme suas espécies; e toda a ave de asas segundo sua espécie; e viu Deus que era bom. E Deus os abençoou dizendo: frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares; e as aves se multipliquem na terra". 



                      Até início do século passado os cientistas acreditavam que os seres vivos surgiam da decomposição de materiais não-orgânicos até que um experimento de Louis Pasteur derrubou definitivamente esta teoria e ao lado do cientista russo Oparin defenderam a teoria biogênese, pela qual as moléculas orgânicas dos seres vivos teriam evoluído de organizações moleculares mais simples, pela ação da gradativa mudança das condições dos sistemas químicos da terra (teoria heterotrófica). Numa época em que não existia oxigênio na terra e a mesma era totalmente coberta por água ácida e bombardeada por descargas de raios ultravioletas e temperatura elevada pela inexistência da atmosfera surgia as primeiras estruturas chamadas coacervados, protobiontes, microcélulas, lipossomos, micelas ou protocélulas, formada por uma estrutura esférica de proteína e dupla camada de lipídeos que separava o meio interno do externo, mas que não era considerada um ser vivo. Ainda neste ambiente sem oxigênio surgem os primeiros seres unicelulares heterótrofos, que se nutriam de matéria orgânica simples e produziam gás carbônico e álcool, sendo estes considerados pela ciência como os primeiros organismos vivos da terra, considerados fermentadores por tornar a então incipiente atmosfera terrestre rica em CO², que por sua vez permitiu o surgimento do segundo tipo de organismo vivo, os autótrofos, os primeiros seres fotossintetizantes e como consequência desta fotossíntese o surgimento do oxigênio, que começou a se espalhar para toda a atmosfera. A presença de oxigênio e determinada quantidade na atmosfera permite o surgimento do terceiro tipo de ser vivo, que além da fermentação com oxigênio eram capazes de degradar moléculas orgânicas complexas e até os resíduos mais simples como o gás carbônico e a água, os chamados eucariontes, com respiração aeróbia e produtores de gás carbônico.



                    A atmosfera da terra ainda era muito mais pobre de hidrogênio e oxigênio do que atualmente e sua temperatura era tão elevada e as águas ainda ácidas que o único ser vivo não vegetal, ou seja, se respiração aeróbia e produtor de gás carbônico seriam as bactérias e as cianobactérias (ou algas azuis). À medida em que o nível de oxigênio da atmosfera terrestre aumentava, a terra que até então era povoada por bactérias heterótrofas e autótrofas, passa a apresentar bactérias fotossintetizantes que captam luz visível por meio de um fotopigmento, utilizam o CO² como fonte de carbono e água como fonte de hidrogênio e a quantidade de organismos utilizadores de oxigênio representam ainda hoje a grande maioria dos seres vivos do nosso planeta.



                       Não há qualquer contradição entre o que a ciência diz e o que a Bíblia diz a respeito da criação, senão que a ciência, hoje dotada de grandes recursos técnicos, financeiros e amparada por uma enorme gama de conhecimentos empíricos angariados da dedicação de inúmeros cientistas que realizaram seus estudos séculos após séculos (Ver Daniel 12:3-4), especializa-se em sua capacidade de compreender o processo da criação de Deus, exigindo de nós cristãos, uma contrapartida em nossa especialização em compreender as Escrituras, contemporizando-as ao atual nível de conhecimento científico.



                        As condições bioclimáticas foram então abrandadas devido à primeira ordem emanada por Deus neste sentido! Veja que Deus ordena que as águas produzam abundantemente "repteis de alma vivente", ou seja, pela descrição dos estudos científicos que citamos acima não há porque não entender que tais estudos confirmam esta ordem de Deus, uma vez que os mesmos nos informam que a vida animal (bactérias ou répteis de alma viventes) surgiram pela transformação química e biológica destas águas, ainda que estivessem muito contaminadas. Para nós cristão, pela fé, não há qualquer dificuldade em entender que a origem desta transformação tenha sido dada por Deus, pois sabemos que o livro de Gênesis fora escrito num momento em que o conhecimento científico era praticamente inexistente e que o conhecimento científico atual não é e nem jamais será capaz de provar que não exista uma mente criadora, a qual chamamos de Deus.



                                Sabemos que a ciência nos informa que o processo de criação do planeta e da sua transformação até que pudesse abrigar vida, que estes tipos de vida pudessem, gradualmente como o planeta, adquirir formas mais complexas e sensíveis foi um processo que durou milhões de anos, durante os quais o planeta sofreu glaciações, movimentação das partes continentais e insulares, mas ainda assim sabemos que nada disso contradiz às Escrituras ou possa desacreditá-las, pois as mesmas também dizem que para Deus um ano pode ser um dia ou uma hora ou um minuto e vice-versa, pois Ele, em sua morada, não está afeto ao nosso sistema de contagem de tempo, que é regido pelos movimentos de rotação e translação da terra, desta forma, os seis dias da criação não correspondem à nossa contagem de tempo. Portanto é bom ter esta informação em mente, pois o homem, que ainda carrega em seu ser uma mente egocêntrica, deseja que as coisas que almeja ocorram no seu tempo, desta forma, compreendendo que Deus permitiu que cada coisa ocorresse no tempo mais adequado em que deveria ocorrer, também possamos ter a consciência de que, sendo Ele o Criador e Mantenedor de toda a existência, da qual somos parte, muito mais sábio e prudente é esperar o tempo Dele, que certamente será o mais adequado para nós, pois Ele, além de ter alguns anos de experiência criadora, também pode, de sua morada eterna, ou seja, onde não há contagem de tempo, tem uma visão muito mais abrangente do que nossa, que é limitada e maniqueísta.
                O tempo de Deus (Kairós) é cheio de plenitude! Eclesiastes 3:17, Eclesiastes 8:5, Salmos 40:1, 1 Pedro 5:6, Gálatas 6:9, Tiago 5:7, Hebreus 10:36, 2 Pedro 3:9. 
                           E foi tarde e manhã, o quinto dia".     

Por Nelsomar Correa em 05/09/2014

Enriqueça sua leitura lendo também estes estudos:
                  O Criador (Parte I)
                  O Criador (Parte II)
                  O Criador (Parte III)
                  O Criador (Parte IV)
                  O Criador (parte VI)
                  O Criador (parte VII)
                  O Criador (parte VIII)
                        
                            




Um comentário:

  1. Esses estudos por cientistas também no que diz respeito a criação é cumprimento das Sagradas Escrituras.
    "Muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará." Daniel 12:4

    Paz e graça!

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